quarta-feira, 15 de agosto de 2012

SIMBOLISMO - AULA 12

Introdução

O simbolismo foi um movimento que se desenvolveu nas artes plásticas, teatro e literatura. Surgiu na França, no final do século XIX, em oposição ao Naturalismo e ao Realismo.

Características do Simbolismo

- Ênfase em temas místicos, imaginários e subjetivos;
- Caráter individualista
- Desconsideração das questões sociais abordadas pelo Realismo e Naturalismo;
- Estética marcada pela musicalidade (a poesia aproxima-se da música);
- Produção de obras de arte baseadas na intuição, descartando a lógica e a razão
- Utilização de recursos literários como, por exemplo, a aliteração (repetição de um fonema consonantal)
Ex:
O vento varria as luzes,
O vento varria as músicas,
O vento varria os aromas…
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De aromas, de estrelas, de cânticos.

...e a assonância (repetição de fonemas vocálicos).
Ex:
“É um pássaro, é uma rosa,
é o mar que me acorda?”


Simbolismo no Brasil

No Brasil, o simbolismo teve início no ano de 1893, com a publicação de duas obras de Cruz e Souza: Missal (prosa) e Broquéis (poesia). O movimento simbolista na literatura brasileira teve força até o movimento modernista do começo da década de 1920.

Literatura brasileira:

- Cruz e Souza
- Alphonsus de Guimaraens
Trechos de:
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/simbolismo.htm

Conheça uma das poesias de Cruz e Souza:


INEFÁVEL

Nada há que me domine e que me vença
Quando a minha alma mudamente acorda...
Ela rebenta em flor, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.

Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!

Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas


Proposta de atividade para a aula 12:

Construa uma estrofe com versos que apresentem aliteração e assonância.

PARNASIANISMO - AULA 11

Introdução

A Parnasianismo foi um movimento literário que surgiu na França, na metade do século XIX e se desenvolveu na literatura européia, chegando ao Brasil. Esta escola literária foi uma oposição ao romantismo, pois representou a valorização da ciência e do positivismo.

O nome parnasianismo surgiu na França e deriva do termo "Parnaso", que na mitologia grega era o monte do deus Apólo e das musas da poesia.

Características do Parnasianismo

- Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;

- Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;

- Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;

- O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;

- Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;

- Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;

- Preferência pelos sonetos;

- Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;

- Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.

Parnasianismo no Brasil

No Brasil, o parnasianismo chegou na segunda metade do século XIX e teve força até o movimento modernista (Semana de Arte Moderna de 1922).

Os principais representantes do parnasianismo brasileiro foram:

- Alberto de Oliveira. Obras principais: Meridionais (1884), Versos e Rimas (1895), Poesias (1900), Céu, Terra e Mar (1914), O Culto da Forma na Poesia Brasileira (1916).

- Raimundo Correia. Obras principais: Primeiros Sonhos (1879), Sinfonias(1883), Versos e Versões(1887), Aleluias(1891), Poesias(1898).

- Olavo Bilac. Obras principais: Poesias (1888), Crônicas e novelas (1894), Crítica e fantasia (1904), Conferências literárias (1906), Dicionário de rimas (1913), Tratado de versificação (1910), Ironia e piedade, crônicas (1916), Tarde (1919).

Site de pesquisa (trechos do texto)
http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/parnasianismo.htm


Veja um dos poemas mais reverenciados do Parnasianismo:












XIII

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

Olavo Bilac



Ouça o poema:



Ouça também esta canção:


A Divina Comédia Humana

Estava mais angustiado que um goleiro na hora do gol
Quando você entrou em mim como um Sol no quintal
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou ser feliz direito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um encontro casual
Aí um analista amigo meu disse que desse jeito
Não vou viver satisfeito
Porque o amor é uma coisa mais profunda que um transa sensual
Deixando a profundidade de lado
Eu quero é ficar colado à pele dela noite e dia
Fazendo tudo de novo e dizendo sim à paixão morando na filosofia
Eu quero gozar no seu céu, pode ser no seu inferno
Viver a divina comédia humana onde nada é eterno
Ora direis, ouvir estrelas, certo perdeste o senso
Eu vos direi no entanto:
Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não
Eu canto


Belchior


Atividade proposta para a AULA 11:

Comente, com base nas características Parnasianas, as diferenças e semelhanças de características dos dois textos (a poesia de Bilac e a música de Belchior).

REALISMO / NATURALISMO - AULA 10

Realismo e Naturalismo

resumo, contexto histórico, autores, dicas e questão comentada


A partir da segunda metade do século 20, as concepções estéticas que nortearam o ideário romântico começaram a perder espaço. Uma nova tendência, baseada na trama psicológica e em personagens inspirados na realidade, toma conta da literatura ocidental. Estava inaugurado o Realismo-Naturalismo.
No Brasil, essa passagem ocorre em 1881, com a publicação de Memória Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (1839-1908), e de O Mulato, de Aluísio Azevedo (1857-1913). Enquanto o livro de Machado apresenta acentuado viés realista, o de Aluísio é claramente naturalista.

Realismo

O Realismo brasileiro é completamente diferente do europeu. A obra de seu principal autor, Machado de Assis, escapa de qualquer tentativa de classificação esquemática.
Na fase madura, Machado produz uma literatura essencialmente problematizadora. Com minuciosa investigação psicológica, ele indaga a existência humana. Ele ainda substitui o determinismo biológico por acentuado pessimismo existencialista e discute temas como a relatividade da loucura e a exploração do homem pelo próprio homem.

A intertextualidade e a metalinguagem marcam o estilo de Machado. O uso da linguagem poética, do jogo proposital de ambigüidades, da recuperação de lugares comuns e do microrrealismo psicológico também são características fundamentais da obra machadiana. Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires são alguns romances do autor.

Naturalismo

O principal autor naturalista no Brasil é Aluísio Azevedo. O determinismo social predomina em sua obra, construída através de observação rigorosa do mundo físico e da zoomorfização das personagens. Aluísio é autor de O mulato, Casa de pensão e O cortiço, obras com acentuado caráter investigativo e cuidadosa análise de comportamentos sociais.






Com o que ficar atento?

A riqueza literária do Realismo-Naturalismo no Brasil não se restringe à prosa de ficção. A dramaturgia também evolui e consolida a comédia de costumes como um gênero maior – na obra de França Júnior e Artur Azevedo, por exemplo.

Vale lembrar que o Realismo-Naturalismo brasileiro oferece amplo painel de uma época em que o país era monárquico, escravocrata, patriarcalista e passava por profundas mudanças socioeconômicas e culturais.

Como pode cair no vestibular?

Muitos vestibulares tem cobrado conhecimentos sobre a obra de Machado de Assis e os temas problematizados pelo autor, como a própria vida e a literatura.

Como já caiu no vestibular?

(PUC-SP) No romance Dom Casmurro, o narrador declara: "O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida, e restaurar na velhice a adolescência". Entre as duas pontas, desenvolve-se o enredo da obra. Assim, indique a seguir a alternativa cujo conteúdo não condiz com o enredo machadiano.

a) A história envolve três personagens, Bentinho, Capitu e Escobar, e três projetos, todos cortados quando pareciam atingir a realização.
b) O enredo revela um romance da dúvida, da solidão e da incomunicabilidade, na busca do conhecimento da verdade interior de cada personagem.
c) A narrativa estrutura-se ao redor do sentimento de ciúme, numa linha de ascensão de construção de felicidade e de dispersão, com a felicidade destruída.
d) A narrativa se marca por digressões que chamam a atenção para a inevitabilidade do que vai narrar, como o que ocorre na analogia da vida com a ópera e em que o narrador afirma "cantei um duo terníssimo, depois um trio, depois um quattuor..."
e) O enredo envolve um triângulo amoroso após o casamento e todas as ações levam a crer na existência clara de um adultério.

Atividade proposta para aula 10:

Leia a obra "Dom Casmurro" de Machado de Assis ou um resumo da obra ( ou assista ao trecho do filme) e faça uma reflexão por escrito, a cerca da expressão "OLHOS DE RESSACA DE CAPITÚ".
Obs: Um dos romances mais abordado nos vestibulares é Dom Casmurro e as problemáticas que envolvem seus personagens.













Trecho da versão filme de "Dom Casmurro", indicação:




Gabarito
Resposta correta: E
Comentário: Narrado sob a perspectiva viciada e unilateral de um narrador personagem tendencioso, o romance Dom Casmurro é construído sob o signo da incerteza.

ROMANTISMO - AULA 9

ROMANTISMO - aula 9

CONTEXTO HISTÓRICO

O Brasil do início do século XIX foi palco de várias transformações que contribuíram de forma decisiva para a formação de uma verdadeira identidade nacional e, conseqüentemente, uma literatura com características mais brasileiras. O eixo político-econômico-cultural do Brasil sai então de Minas Gerais para ganhar as portas da realeza no Rio de Janeiro, onde nasce um público consistente de leitores principalmente formado de mulheres e jovens estudantes, provenientes da classe burguesa em ascensão.





















Enquanto isso, o restante da nação, ainda movido pela estrutura agrária e mão-de-obra escrava, assiste à transição do colonialismo ao império. Era a tão sonhada independência política das correntes de Portugal, numa busca pela liberdade e pelo patriotismo, que iria acolher de braços abertos os ideais românticos.
Na prosa, obras como A moreninha, Senhora, Escrava Isaura retratam a arbitrariedade dos Senhores de Engenho.




CARACTERÍSTICAS
Em oposição direta ao Arcadismo, o Romantismo, marco de início do Período Nacional da literatura brasileira, que se estende até nossos dias, tem como lema a subjetividade, ou seja, o culto ao EU, ao individualismo e à liberdade de expressão, buscando a criação de uma linguagem nova e compatível com o espírito nacionalista. Impera a emoção, a constante busca pelas forças inconscientes da alma, como a imaginação e os sonhos. É o coração acima da razão humana, que leva ao amor idealizado e puro. A natureza passa a ser a expressão da criação e perfeição de Deus, a única paisagem sem a mão corrupta do homem. É nela que o homem vai refletir todos os seus estados de espírito e desejos de liberdade, de proximidade ao Criador.




Essa busca dos sentimentos e da liberdade entra em choque, porém, com a realidade humana e muitas vezes gera a insatisfação, a depressão e a melancolia em relação ao mundo incompreendido - o "mal-do-século". A conseqüência quase sempre é a fuga, a busca pela morte, pelos ambientes exóticos: o oriente distante ou o passado histórico, que, para os europeus, remonta à época medieval e, para os escritores brasileiros, à vida indígena pré-colonial e colonial. Muitas vezes essa fuga recai sobre a infância, período de pureza, estabilidade e segurança na vida. A criança passa a ser modelo de perfeição, de estado de espírito, de exemplo para a renovação da alma e da sociedade. Surge daí a contestação aos modelos vigentes, a busca do caos e da anarquia, o culto às trevas, ao ópio e à noite, num convívio quase irregular com um nacionalismo exaltado, em que a figura do índio e do sertanejo passam a ser figuras de destaque - representantes da típica cultura brasileira. Da vida urbana, fica a imagem dos amores burgueses, da média-alta sociedade de São Paulo e principalmente do Rio de Janeiro, capital do império, tão bem retratada nos folhetins. Toda essa fuga seria alvo de ataque dos escritores do Realismo-Naturalismo.

No Brasil, o Romantismo desenvolveu-se principalmente nos gêneros romance e poesia. O romance estava em ascensão na Europa e não tardou a fazer sucesso também por aqui. Inúmeros jornais e folhetins traziam em suas páginas as belas traduções de romances europeus de cavalaria ou de amores impossíveis. Logo, toda uma gama de jovens escritores brasileiros interessaram-se pelo gênero e especializaram-se nesse tipo de literatura.





Em termos da temática, o romance brasileiro pode ser dividido em quatro tendências distintas.
O romance urbano, que retrata, muitas vezes de forma crítica, a vida e os costumes da sociedade no Rio de Janeiro. Os enredos, na maioria das vezes, são recheados de amores platônicos e puros, fruto de uma classe social sem problemas financeiros e na maioria dos casos estereotipada. Destacam-se as obras de Joaquim Manuel de Macedo, Manuel Antônio de Almeida e principalmente José de Alencar.
O romance indianista, que focaliza a figura do índio. Enquanto o escritor europeu tinha seus cavaleiros medievais, o brasileiro sentiu a necessidade de resgatar em nosso passado um herói que melhor nos retratasse. Mesmo sendo algumas vezes retratado como se fosse um cavaleiro europeu da idade média, a figura do índio surge de forma imponente, com seus costumes e sua vida selvagem, mas cheia de virtudes. Destacam-se aqui as obras de José de Alencar, principalmente os clássicos Iracema e O Guarani.
O romance regionalista, que concentra-se em outra figura brasileira: o sertanejo. Na insistência nacionalista de buscar as raízes de nossa cultura, a figura do sertanejo, com suas crenças e tradições, fez-se tão exótica quanto à do índio. Dentre os regionalistas, destacam-se, além de José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin Távora.

O romance histórico, através do qual os romancistas brasileiros buscaram em nossa história temas que alimentassem os anseios românticos, de modo a acentuar ainda mais o nacionalismo exaltado que respirava a pátria desde a independência. Evidenciam-se Bernardo Guimarães e, mais uma vez, José de Alencar.
A poesia brasileira se desenvolveu no Brasil de uma forma muito criativa e rica em temas e imagens, apesar de muitas vezes não passar de mera influência ou cópia de poetas europeus. Podemos dividir toda essa gama de temas em três importantes fases.




Primeira geração romântica
O índio, verdadeiro ícone da cultura tradicional brasileira, concorre nessa primeira geração de igual para igual com os sentimentos e as emoções dos poetas brasileiros. O nacionalismo exaltado vai também apreciar a beleza e a riqueza de nossas matas. Destacam-se os poetas Gonçalves de Magalhães e principalmente Gonçalves Dias, o nosso melhor poeta indianista.










Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.







Segunda geração romântica
É a poesia do "mal-do-século". Inspirados pelos poetas europeus, principalmente Lord Byron, nossos poetas vão cantar os amores impossíveis, o desejo pela morte, a indecisão entre uma vida de liberdade ou religiosa, e a incompreensão do mundo, aliada ao desejo de evasão. É o que Fagundes Varela chamou de "a escola de morrer jovem". Destacam-se nessa segunda geração os fervorosos versos do próprio Fagundes Varela, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire.










Ouça um dos poemas de Álvares de Azevedo: "Desânimo"









Terceira geração romântica
É a geração dos poetas que se cansaram de lamentar as angústias e os amores impossíveis. Era hora de lutar para modificar o mundo que tanto reprimia o ser e o condenava à morte e à constante fuga da realidade. Os poetas dessa terceira geração sentem que é mais do que necessário deixar o choro e a melancolia de lado e se engajar numa luta social, tendo a poesia como espada afiada, que tocava o povo no íntimo. Essa geração acabou por ser denominada como "geração hugoana" (por ter sido diretamente influenciada pelo poeta francês Victor Hugo), e também "geração condoreira", que tendo como símbolo o condor, sugeria que a poesia voasse alto, falasse alto e causasse grande efeito enquanto a voz que toca a massa. Seu maior representante foi Castro Alves.
Essa terceira geração, na verdade, já era o início da transição do Romantismo para o Realismo, em que a crítica social passa a ser uma das características mais marcantes.












Navio Negreiro
Castro Alves

I

'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................

Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! dá-me estas asas.





Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

Romantismo
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento. Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma homogeneidade conceitual pela temática das obras.


O Romantismo foi marcado pelo amor a natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem, valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do autor.


Fonte: www.olharliterario.hpg.ig.com.br (texto parcial)



Atividade proposta para Lição 9:
Produza um texto falando sobre as sensações que os estudos deste período literário deixou em você, fale sobre a diversidade de sentimentos vividos na época.
(texto de 20 a 30 linhas)

domingo, 15 de abril de 2012

Aulas prontas de Literatura via Blog

Arquivo do blog 2012

Orientações para o 2º bimestre

As aulas a serem trabalhadas neste bimestre são: 4/5/6/7 e 8, cada uma com as suas respectivas atividades. Esta atividade visa desenvolver a sua aptidão para as pesquisas e estudos autodidata.Os textos são tirados de diversos sites e autores (citados), adaptados, segundo a necessidade para melhor compreensão do texto, pela professora Rosa Lopes.
Obs: Os textos estão organizados de baixo para cima, justificando as postagens atuais.

Aula 8

Arcadismo Movimento literário inspirado em uma lendária região da Grécia Antiga, a Arcádia. De acordo com a lenda essa região era habitada por pastores, que viviam de forma simples que se divertiam cantando, celebrando o amor e o prazer, era dominada pelo deus Pan.



O Arcadismo foi criado em 1690, por italianos, que reuniam os escritores com a finalidade de combater o Barroco e disseminar os ideais neoclássicos.
A linguagem árcade expressa as idéias e os sentimentos do artista do século XVIII.

Características da linguagem árcade

- fuga da cidade: os árcades defendiam o modo de viver de maneira simples e natural, no campo, distante das cidades.


- vida material medíocre, mas rica em realizações espirituais: vida feliz e pobre no campo se opondo à vida luxuosa e triste na cidade.

- idéias fundamentadas no Iluminismo: idéias de liberdade, justiça e igualdade social.

- convenção amorosa: a falta da livre expressão dos sentimentos, seguindo as convenções.

- carpe diem: vontade de aproveitar o dia e a vida enquanto é possível.

Principais características da arte neoclássica:

- Imitação dos antigos;
- Racionalismo;
- Exaltação da Natureza;
- Preocupação com o homem natural;
- Simplicidade da linguagem;
- Embelezamento da realidade.

O Arcadismo no Brasil teve início no ano de 1768, com a publicação do livro “Obras” de Cláudio Manuel da Costa.
Alguns teóricos da Literatura afirmam ser este o início da verdadeira literatura no Brasil.

Nesse período Portugal explorava suas colônias a fim de conseguir suprir seu déficit econômico. A economia brasileira estava voltada para a era do ouro, da mineração e, portanto, ao estado de Minas Gerais, campo de extração contínua de minérios. No entanto, os minérios começaram a ficar escassos e os impostos cobrados por Portugal aos colonos ficaram exorbitantes.

Surgiu, então, a necessidade do Brasil de buscar uma forma de se desvincular do seu explorador. Logo, os ideais revolucionários começaram a se desenvolver no Brasil, sob influências das Revoluções Industrial e Francesa, ocorridas na Europa, bem como do exemplo da independência das 13 colônias inglesas.

Enquanto na Europa surgia o trabalho assalariado, o Brasil ainda vivia o tempo de escravidão. Há um processo de revoltas no Brasil, contudo, a mais eloquente durante o período árcade é a Inconfidência Mineira, movimento que teve envolvimentos dos escritores árcades, como Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga Peixoto e Cláudio Manuel da Costa, além do dentista prático Tiradentes (mártir da Inconfidência Mineira).


Período Árcade
Como a tendência é do eixo cultural seguir o econômico, os escritores árcades são, na maioria, mineiros e algumas de suas produções literárias são voltadas ao ambiente das cidades históricas mineiras, principalmente Vila Rica.

O Arcadismo tem como características: a busca por uma vida simples, pastoril, a valorização da natureza e do viver o presente (pensamentos causados por inspiração a frases de Horácio “fugere urbem” – fugir da cidade e “carpe diem”- aproveite o dia).

Os principais autores árcades são: Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga, Basílio da Gama, Silva Alvarenga e Frei José de Santa Rita Durão.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras

Atividade da Aula 8
Uma das maiores expressões da Literatura do período Árcade foi Tomás Antonio Gonzaga, pouco citado no texto, faça uma pesquisa sobre o autor, mostrando um trecho do seu principal poema : Marília de Dirceu (em sala de aula, estudaremos melhor a parte estrutural do poema)

Aula 7

Período literário caracterizado pelos contrastes, oposições e dilemas.
O homem do barroco buscava a salvação ao mesmo tempo que queria usufruir dos prazeres mundanos,daí surgiram os conflitos.É o antropocentrismo (homem) opondo-se ao Teocentrismo (Deus).

Barroco na Literatura



O homem deste período está entre o céu e a Terra. Mesmo se valorizando, ele vivia atormentado pela ideia do pecado,então vivia buscando a salvação.

CARACTERÍSTICAS

1-Culto dos contrastes.Presença da antítese.
claro/escuro
vida/morte
tristeza/alegria

2-Pessimismo
3-Intensidade=presença da hipérbole(figura de linguagem caracterizada pelo exagero da expressão)
4-Linguagem muito rebuscada

Um dos principais artistas do período Barroco foi Aleijadinho, veja uma de suas obras, a expressão artístico-literária mais forte no período



BARROCO (Final do séc.XVI e início do séc. XVII)

Igreja de São Francisco em Salvador Bahia, estilo Barroco.




AUTORES E OBRAS

1-Bento Teixeira: “Prosopopéia” marco inicial do Barroco brasileiro em 1601

2-Gregório de Matos:apelidado “Boca do Inferno”.Escreveu poesia lírica,satírica e religiosa.Não publicou nada em vida,o que conhecemos de sua obra é fruto de pesquisas.O apelido é porque o autor retratava a sociedade da época(às vezes, com uma linguagem considerada de baixo calão.)

3 – Padre Antônio Vieira: “Sermão da Sexagésima”,”Sermão de Santo Antônio aos peixes”

ANÁLISE DO POEMA “A INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO” DE GREGÓRIO DE MATOS

Nasce o sol e não dura mais que um dia. (antítese vida/morte)
Depois da luz, se segue a noite escura, (ant. claro/escuro)
Em tristes sombras morre a formosura, (ant.feio/belo)
Em contínuas tristezas a alegria. (ant. tristeza/alegria)

Porém, se acaba o sol, porque nascia? (dúvida)
Se é tão formosa a luz, porque não dura?
Como a beleza assim se trasfigura?
Como o gosto da pena assim se fia? (sofrimento)

Mas no sol e na luz falta a firmeza;
Na formosura, não se dê constância
E, na alegria, sinta-se tristeza. (ant. tristeza/alegria)

Começa o mundo, enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza:
A firmeza somente na inconstância.

(Gregório de Matos.Obra Completa.)

O poema acima é formado por 2 quartetos e 2 tercetos, num total de 14 versos. Esta é a estrutura de um soneto.
Se notarmos bem veremos que há uma figura constante: a antítese.Figura pela qual se faz a contraposição de palavras.Exemplos.

Verso 1: vida/morte
Verso 2: claro/escuro
Verso 3: feio/belo
Verso 4: tristeza/alegria
Verso 11: tristeza/alegria

O traço comum a todos os versos da segunda estrofe é a interrogação, a dúvida e a incerteza.

O Barroco enfatiza tudo que é inconstante,que muda de aparência,que está em movimento.

BIBLIOGRAFIA

TUFANO,Douglas
Estudos de Literatura Brasileira
São Paulo.Moderna,1983.

Vamos agora à análise do poema de Gregório de Matos que demonstra o seu comportamento preconceituoso e que lhe dá a alcunha de poeta "Boca de Inferno".

TORNA A DEFINIR O POETA OS MAUS MODOS DE OBRAR NA GOVERNANÇA DA BAHIA, PRINCIPALMENTE NAQUELA UNIVERSAL FOME, QUE PADECIA A CIDADE.

Que falta nesta cidade?.....................Verdade
Que mais por sua desonra.................Honra
Falta mais que se lhe ponha..............Vergonha.

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
[...]
Quais são os seus doces objetos?..............Pretos
Tem outros bens mais maciços?................Mestiços
Quais destes lhe são mais gratos?..............Mulatos.

Dou ao demo os insensatos,
Dou ao demo a gente asnal,
Que estima por cabedal
Pretos, Mestiços, Mulatos.
[...]

Atividade literária 7
Veja que a produção literária deste período se restringe a algumas poucas produções.
Fale, num Artigo de Opinião, sobre o comportamento humano tratado no primeiro e no segundo poema de Gregório de Matos Guerra.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Enquanto isso em Portugal...

Conheça melhor o maior escritor Português deste período, projetado como um dos maiores escritores de todos os tempos.

http://www.suapesquisa.com/biografias/camoes1/

Aula 6

http://pensador.uol.com.br/autor/luis_de_camoes/


Luis Vaz de Camões escreveu sobre as aventuras dos navegadores portugueses a caminho das Indias, a literatura carrega influências dos seres mitológicos (mitologia grega), através do além mar.





















Assista ao vídeo que retrata parte das aventuras de Camões no romance históricos de "Os Lusíadas"

http://www.youtube.com/watch?v=bezBEKvJXn4&feature=related






Atividade: Aula 6


Você assistiu o vídeo, percebeu o contraste entre a visão da igreja e a poeticidade de Camões, faça uma pesquisa sobre o contexto histórico nos sites sugeridos e faça um texto expositivo sobre a importância de Camões para a nossa literatura.

Aula 5

Início da literatura no BRASIL

Literatura de Informação

Por Fernando Rebouças
[...] “A feição deles é serem pardos,maneira de avermelhados,de bons rostos e bons narizes bem-feitos. Andam nus,sem coberta alguma.Não fazem o menor caso de encobrir ou mostrar suas vergonhas,e nisso têm tanta inocência como têm em mostrar o rosto.” [...]

[...] "Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo." [...]

[...] "Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste porto houvemos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, o longo do mar, nalgumas partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas brancas; e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-palma, muito chã e muito formosa.

Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão arvoredos. que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem 1ho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados, como os de Entre Doiro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.

Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar." [...]


Nestas palavras escritas por Pero Vaz de Caminha, em carta enviada às mãos de Dom Manuel, rei de Portugal, são consideradas a certidão de nascimento do Brasil, há o início de registros escritos a cerca de uma terra recém descoberta oficialmente por Pedro Álvarez Cabral. Entre 1500 e 1601, este período é considerado como o da Literatura de Informação ou Literatura dos Viajantes.












Martim Afonso de Sousa, em 1530, veio com a missão de iniciar o processo de colonização, cuja ocupação efetiva ocorreu quatro anos depois, com o estabelecimento das capitanias hereditárias. Aqui havia uma organização tribal indígena, que a partir de 1549, com a vinda dos jesuítas (catequese e educação), foi perdendo identificação de suas raízes culturais e religiosas, sendo a dança e a música as únicas a ficarem quase intactas no processo de colonização.




Nas terras da nova colônia de Portugal, muitos viajantes, escritores e cronistas passavam registrando as características da terra (flora e fauna), dos nativos, físicas em geral, cultural e étnica. Nesta fase há manifestações poéticas e teatrais por parte dos jesuítas com o objetivo de catequisar os índios.

Seja no caráter histórico ou literário, foram impressões importantes, mas nesta fase os escritos eram considerados mais essenciais para a questão histórica e informativa. O peso literário do texto é mais revelado no entendimento e na percepção particular do viajante, a literatura sempre marca um tempo de forma objetiva e subjetiva.

Nos textos dos cronistas viajantes encontra-se o interesse pela colônia e pelas suas riquezas naturais,a curiosidade dos europeus pela nova terra e o confronto entre o homem selvagem e o civilizado. É um conjunto de descrições documentais a respeito de um novo paraíso.

http://www.youtube.com/watch?v=X70oDFmJCgA

Fontes
“Língua e literatura – Faraco & Moura – Vol 1.ed.Ática
“História 1.Ed.Lê”

Atividade: aula 5

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o modo como os Portugueses chegaram ao Brasil,quais eram as suas intenções, assista um algumas partes da série "A MURALHA" e produza uma resenha crítica sobre o filme relacionando-o aos acontecimentos históricos da época.

Aula 4

Humanismo

O Humanismo é um termo relativo ao Renascimento (do homem, das suas ideias e da sua soberania no mundo), movimento surgido na Europa, mais precisamente na Itália, que colocava o homem como o centro de todas as coisas (Antropocentrismo) existentes no universo.



http://www.youtube.com/watch?v=SM_JFAcM1To&feature=relmfu

Nesse período, compreendido entre a transitoriedade da Baixa Idade Média e início da Moderna (séculos XIV a XVI), os avanços científicos começavam a tomar espaço no meio cultural.

A tecnologia começava a se aflorar nos campos da matemática, física, medicina.

Nomes como:

Galileu( Grande Físico, Matemático e Astrônomo, Galileu Galilei
http://www.suapesquisa.com/biografias/galileu/

Paracelso
http://www.brasilescola.com/quimica/paracelso-cientista-saude.html

Gutemberg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Gutenberg
dentre outros, começavam a se despontar, em razão das descobertas feitas por eles.

Galileu Galilei comprova a teoria heliocêntrica que dizia ser o Sol o centro do sistema planetário, defendida anteriormente por Nicolau Copérnico, além de ter construído um telescópio ainda melhor que os inventados anteriormente. Paracelso explora as drogas medicinais e seu uso, enquanto Gutenberg descobre um novo meio de reproduzir livros.

Além disso, a filosofia se desponta como uma atividade intelectual renovada no interesse pelos autores da Antiguidade clássica: Aristótoles, Virgílio, Cícero e Horácio. Por este resgate da Idade Média, este período também é chamado de Classicismo.

A burguesia e a nobreza, classes sociais que despontam no final da Idade Média, passam a dividir o poderio com a Igreja.




É neste contexto cultural que a visão antropocêntrica se instala e influencia todo campo cultural: literatura, música, escultura, artes plásticas.





Na Literatura, os autores italianos que maior influência exerceram foram: Dante Alighieri (Divina Comédia), Petrarca (Cancioneiro) e Bocaccio (Decameron). Os gêneros mais cultivados foram: o lírico, de temática amorosa ou bucólica, e o épico, seguindo os modelos consagrados por Homero (Ilíada e Odisséia) e Virgílio (Eneida).

Podemos denominar Humanismo como ideia surgida no Renascimento que coloca o homem como o centro de interesse e, portanto, em torno do qual tudo acontece.

Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Algumas manifestações

- Teatro

O teatro foi a manifestação literária onde ficavam mais claras as características desse período.

Gil Vicente foi o nome que mais se destacou, ele escreveu mais de 40 peças.
http://www.suapesquisa.com/quemfoi/gil_vicente.htm


Assista o Auto da Compadecida (de Ariano Suassuna - (auto contemporâneo)
http://www.youtube.com/watch?v=yqbKJCxJ49k

Sua obra pode ser dividida em 2 blocos:

Autos: peças teatrais cujo assunto principal é a religião.

“Auto da alma” e “Trilogia das barcas” são alguns exemplos.

Farsas: peças cômicas curtas. Enredo baseado no cotidiano.

“Farsa de Inês Pereira”, “Farsa do velho da horta”, “Quem tem farelos?” são alguns exemplos.

Poesia

Em 1516 foi publicada a obra “Cancioneiro Geral”, uma coletânea de poemas de época.

O cancioneiro geral resume 2865 autores que tratam de diversos assuntos em poemas amorosos, satíricos, religiosos entre outros.

Prosa

Crônicas: registravam a vida dos personagens e acontecimentos históricos.

Fernão Lopes foi o mais importante cronista(historiador) da época, tendo sido considerado o “Pai da História de Portugal”. Foi também o 1º cronista que atribuiu ao povo um papel importante nas mudanças da história, essa importância era, anteriormente atribuída somente à nobreza.

Obras
“Crônica d’El-Rei D. Pedro”
“Crônica d’El-Rei D. Fernando”
“Crônica d’El-Rei D. João I”

Atividade aula 4
a - Gil Vicente escrevia peças teatrais, como as caracterizadas em "O Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna (escritor brasileiro comtemporâneo), assista pelo menos um trecho do filme e faça uma resenha crítica, falando das características do texto.
b - Explique porque este período ficou conhecido como RENASCIMENTO (Pesquisa).
c - Explique o termo Classicismo, porque o período recebeu esta denominação também (Pesquisa).

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Atenção!

NÃO ESQUEÇA QUE VOCÊ TEM QUE COMEÇAR AS ATIVIDADES DE LITERATURA PELA AULA 1, DEPOIS A 2, PARA SÓ ENTÃO FAZER A AULA 3.

Início da Literatura


Aula 3
Os primeiros indícios de Literatura surgiram com os poemas de Homero: a Ilíada e Odisséia (como já foi dito). A partir daqui as narrativas começaram a ser usuais ao longo dos tempos, sendo sempre um reflexo da sociedade.

No século XI surgem as canções de Gesta (narrativas anônimas que contavam aventuras de guerras) e desenvolve-se a prosa.


http://www.youtube.com/watch?v=BNXRfPi0zEI&feature=related
OBS: Este é o 1º de 7 vídeos que falam das cruzadas cristãs, se tiver curiosidade, assista aos outros vídeos para complementar seu aprendizado.

Um século depois aparecem as cantigas de escárnio e maldizer e o trovadorismo a descrever os amores platônicos (não revelado).

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.

A Ribeirinha
(ou Cantiga de Guarvaía)

Paio Soares de Taveirós

No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vay,
ca já moiro por vos - e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di'ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha
d'aver eu por vos guarvaya,
pois eu, mia senhor, d'alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d'a correa.


Canção da Ribeirinha (traduzida) Representação da vassalagem amorosa

No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a minha continuar como vai,
porque morro por vós, e ai!
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que vos retrate
quando vos vi sem manto!
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia!

E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me foi muito mal,
e vós, filha de bom Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia,
pois eu, minha senhora, como mimo
de vós nunca recebi
algo, mesmo sem valor.

A cada noite o tormento se renova,
é a lembrança em mim alojada,
minha senhora, acredite nisto que vos falo,
e ai! que por isso inda morro,
deixo este mundo de sofrimentos,
são tantos meus pejos:
sonhando sonhos sonhados desperto,
sou escravo de sossego liberto.




Trovadores

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em:

Satíricas:
Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
http://www.youtube.com/watch?v=wKLkgHf76U0&feature=related

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos:
http://www.youtube.com/watch?v=Bd-v9KGDAns&feature=related

Líricas :
Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido):
http://www.youtube.com/watch?v=bBq5VK7IVt8&feature=related

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
http://www.youtube.com/watch?v=cRdec9FYbBI&feature=related

Atividade relacionada à aula 3:
Agora que você já conhece melhor este período literário, colete imagens que representem as cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer e relacione-as com algumas músicas contemporâneas (atuais), construindo um pequeno mural literário (em uma cartolina).

Atividades Literárias

Aulas 1 e 2
Levando em conta ainda, a aula nº1, faça uma dissertação considerando o fato de que os deuses são representações das "forças da natureza e dos valores morais da época".

Quanto a aula nº2, faça uma síntese do texto, evidenciando a história de Ulisses e Aquiles, que pode até ser narrada através da interpretação dos filmes sugeridos Ilíada (A guerra de Tróia) e Odisséia (As aventuras de Ulisses de volta à Ítaca).
Se encontrar dificuldades,leia o texto e poste um comentário,deixando suas dúvidas para que possamos resolvê-las juntos.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Conheça a história de Ulisses e Aquiles em Ilíada e Odisséia

Aula de Literatura (Aula 2)

Seja qual for a base histórica, a guerra de Tróia é o episódio isolado mais importante, ou complexo de episódios, que sobreviveram na mitologia e nas lendas gregas. Os eventos que causaram a guerra e aqueles que se seguiram estão combinados num grupo de estórias conhecidas como o Ciclo Troiano: algumas são conhecidas a partir dos dois grandes poemas Homéricos, a Ilíada e a Odisséia, mas outras partes da estória devem ser reunidas de numerosas outras fontes, indo desde os dramaturgos gregos do século V a.C., até autores romanos mais recentes. A estória como um todo pode ser comparada a uma ópera wagneriana na sua riqueza e complexidade ao entrelaçar personagens e temas; é bastante romântica e de grande apelo humano, pois, como todos os mitos gregos, trata-se da estória fundamental do homem e sua luta para existir em face do destino e dos deuses.

Um dos primeiros elos da cadeia de eventos que formaram o prelúdio da guerra de Tróia foi forjado por Prometeu, o grande benfeitor da humanidade. Prometeu, um primo de Zeus, tinha dado o fogo aos homens, um elemento cujos benefícios tinham tão-somente sido desfrutados pelos deuses. Tinha também ensinado os homens para oferecer aos deuses apenas a gordura e os ossos em sacrifícios de animais, mantendo as melhores partes para eles próprios. Para punir Prometeu, Zeus o acorrentou num alto penhasco nas montanhas e diariamente enviava uma águia para comer seu fígado, o qual voltava a crescer à noite.

De acordo com algumas fontes, Prometeu acabou sendo libertado por Hércules, mas outras dizem que foi libertado por Zeus, quando finalmente concordou em contar-lhe um importante segredo. Este segredo relacionava-se à ninfa do mar Tétis, que era tão bela que contava com vários deuses entre seus admiradores, incluindo Posídon e o próprio Zeus; entretanto uma profecia conhecida apenas por Prometeu predisse que o filho de Tétis estava destinado a ser mais importante que seu pai. Ao saber disso, Zeus rapidamente abandonou a idéia de ser o pai de um filho de Tétis, decidindo, ao invés, que deveria se casar com o mortal Peleu; o filho nascido deles seria Aquiles, o maior dos heróis gregos em Tróia.

Tétis inicialmente resistiu aos avanços de Peleu, assumindo a forma de fogo, serpentes, monstros e outras formas, mas ele a segurava fortemente apesar de todas as suas transformações, acabando por se submeter. Todos os deuses e deusas do Olimpo, menos uma, foram convidados para o magnífico casamento de Peleu e Tétis; no meio da festa, Éris, a única deusa que não tinha sido convidada, entrou abruptamente no local e atirou entre os convidados o Pomo da Discórdia, com a inscrição "a mais formosa". Esta maça foi requisitada por três deusas, Hera, Atena e Afrodite. Como elas não conseguiram chegar a um acordo, e Zeus estava compreensivelmente relutante em resolver a disputa, enviou as deusas para terem suas belezas julgadas pelo pastor Páris, no Monte Ida, fora da cidade de Tróia, na orla oriental do Mediterrâneo.

Páris era filho de Príamo, rei de Tróia, mas quando a esposa de Príamo, Hécuba, estava grávida de Páris, sonhou que estava dando à luz a uma tocha donde surgiam serpentes sibilantes, assim, quando o bebê nasceu, foi entregue a uma criada com ordens de levá-lo ao Monte Ida e matá-lo. A criada, entretanto, ao invés de matá-lo, simplesmente o deixou na montanha para morrer; ele foi salvo por pastores, sendo criado para também se transformar em um deles. Enquanto Páris estava vigiando seu rebanho, Hermes levou as três deusas para que as julgasse. Cada uma ofereceu uma recompensa se fosse a escolhida; Hera ofereceu riqueza e poder, Atena ofereceu habilidade militar e sabedoria e Afrodite ofereceu o amor da mais bela mulher do mundo. Conferindo a vitória a Afrodite, acabou incorrendo na ira das outras duas, as quais se tornaram daí para a frente inimigas implacáveis de Tróia. Logo depois, Páris retornou por acaso a Tróia, onde sua habilidade nas competições atléticas e sua surpreendente bela aparência causaram interesse nos seus pais, que rapidamente estabeleceram sua identidade e o receberam de volta com entusiasmo.

A mais bela mulher do mundo era Helena, a filha de Zeus e Leda. Muitos reis e nobres desejaram desposá-la, e antes que seu pai mortal, Tíndaro, anunciasse o nome do feliz escolhido, fez todos jurarem respeitar a escolha de Helena e virem em ajuda de seu marido se fosse raptada. Helena casou com Menelau, rei de Esparta, e na época que Páris veio visitá-los tinham uma filha, Hermíone. Menelau recebeu Páris muito bem em sua casa, mas Páris pagou esta hospitalidade raptando Helena e fugindo com ela de volta a Tróia. A participação de Helena nesta situação é explicada de diferentes maneiras nas várias fontes: foi raptada contra a sua vontade, ou Afrodite deixou-a louca de desejo por Páris ou, a mais elaborada de todas, nunca foi para Tróia, e foi por causa de um fantasma que os gregos gastaram dez longos anos em guerra.
A Expedição Parte

Menelau convocou todos os outros pretendentes anteriores de Helena, e todos os outros reis e nobres da Grécia, para ajudá-lo a montar uma expedição contra Tróia, de modo a recobrar sua esposa. O líder da força grega era Agamenon, rei de Micenas e irmão mais velho de Menelau. Os heróis gregos afluíram de todos os cantos do continente e das ilhas para o porto de Áulis, o ponto de reunião a partir do qual planejavam velejar através do Egeu até Tróia. Suas origens e os nomes de seus líderes estão listados no grande Catálogo de Navios próximo ao início da Ilíada.

"As tribos (de guerreiros) vieram como as incontáveis revoadas de pássaros - garças azuis ou cisnes de longos pescoços - que se reúnem nas campinas da Ásia nas correntes de Cayster, e movimentando-se com gritos agudos ao chegarem ao chão, numa frente avançada. Assim, tribo após tribo surgiram de barcos e cabanas... inumeráveis como as folhas e flores em suas estações".

Alguns dos heróis viera a Áulis mais facilmente do que outros. Ulisses, rei de Ítaca, conhecia a profecia que se fosse a Tróia não retornaria por vinte anos, e então fingiu loucura quando o mensageiro Palamedes chegou para convocá-lo, atrelando duas mulas a um arado e movendo-as para cima e para baixo na praia; mas a farsa de Ulisses foi revelada quando Palamedes colocou o filho pequeno de Ulisses, Telêmaco, na frente das mulas, e Ulisses imediatamente voltou ao normal. Os pais de Aquiles, Peleu e Tétis, estavam relutantes em deixar seu jovem filho se juntar à expedição, pois eles sabiam estar predestinado que se fosse morreria em Tróia. Numa tentativa de evitar o destino, o enviaram para Ciros, onde, disfarçado como uma moça, se juntou às filhas do rei, Licomedes. Durante esta estada se casou com uma das filhas, Deidaméia, que lhe deu um filho, Neoptólemo.

Ulisses, entretanto, descobriu que os gregos nunca conseguiriam capturar Tróia sem a ajuda de Aquiles; assim foi até Ciros para buscá-lo. De acordo com uma das versões da estória, Ulisses disfarçou-se de mascate, conseguiu entrar no palácio e espalhou suas mercadorias à frente das mulheres; entre as jóias e os tecidos havia armas às quais o jovem Aquiles demonstrou um interesse revelador. Outra fonte descreve como Ulisses arranjou para que soasse uma trombeta nos aposentos das mulheres: enquanto as filhas genuínas se espalhavam em confusão, Aquiles ficou no seu lugar e empunhou suas armas. Tendo abandonado seu disfarce, Aquiles foi facilmente persuadido a acompanhar Ulisses de volta a Áulis, onde a frota estava se preparando para zarpar.

A grande força grega, cujos maiores heróis eram Agamenon, Menelau, Ulisses, Ájax, Diomedes e Aquiles, estava pronta para partir, mas o vento teimosamente ficou contra eles. Eventualmente, o profeta Calcas revelou que a deusa Ártemis exigia o sacrifício da filha de Agamenon, Ifigênia, antes que o vento mudasse. Agamenon ficou horrorizado pela profecia, mas a opinião pública o obrigou a obedecer: Ifigênia, chamada sob o pretexto de casar com Aquiles, foi, ao contrário, morta sobre o altar. Algumas fontes dizem que Ártemis ficou com pena dela no último momento e a substituiu por um cervo; de qualquer maneira, o vento mudou de direção e os barcos zarparam.
A Ira de Aquiles

Algumas vezes se considera que a Ilíada é a estória da guerra de Tróia. De fato, apesar de ela se estender largamente sobre toda a estória, seu objetivo ostensivo, como anunciado nas primeiras linhas, é mais restrito:

"Canto de ira, deusa, a destruidora ira de Aquiles, filho de Peleu, que trouxe incontáveis dores aos Aqueus, e mandou muitas almas valiosas de heróis a Hades, enquanto seus corpos serviam de alimento para os cães e pássaros, e a vontade de Zeus foi feita... "

A estória da Ilíada é, então, a estória de Aquiles, e sua disputa com Agamenon. Ao início da Ilíada os gregos já estavam em Tróia por nove anos. Eles tinham saqueado uma grande parte dos campos ao redor e tinham escaramuças esporádicas com quaisquer troianos que saíssem de trás de suas maciças fortificações. Os gregos estavam ficando cansados da campanha e irritados por sua falta de habilidade em conseguir uma vitória decisiva sobre a própria Tróia, quando Aquiles se desentendeu com Agamenon sobre um assunto de honra.

Agamenon, como parte do saque de um ataque o qual Aquiles desempenhou a parte principal, recebeu uma moça chamada Criseida, filha de Crisos, sacerdote de Apolo. Crisos ofereceu a Agamenon um bom resgate para a libertação da moça, porém Agamenon se recusou a libertá-la. Assim Crisos orou a Apolo, que mandou uma praga sobre o acampamento grego, e o profeta Calcas revelou que esta seria retirada apenas se Agamenon devolvesse Criseida. Aquiles estava completamente a favor de fazer isso, mas Agamenon estava relutante. Eles discutiram, e Agamenon acabou por concordar a fazer o que estava sendo ordenado, mas para reafirmar sua autoridade sobre Aquiles da maneira mais insultuosa que podia, e simultaneamente compensar-se pela perda de Criseida (a qual ele declarou preferir à sua própria esposa Clitemnestra), tomou Aquiles sua escrava, Briseida. Aquiles ficou justificadamente enraivecido. Não apenas foi um insulto à sua honra, mas também foi grandemente injusto, pois ele, Aquiles, tinha conduzido a maior parte da luta necessária a produzir os tesouros e o saque que Agamenon considerava no direito de usufruir. Assim, Aquiles se retirou para sua tenda, e não tomou mais parte nos combates ou nas reuniões do conselho. A luta se tornou mais dura, com ataques mais diretos feitos a Tróia e aos troianos. Mas os gregos estavam numa situação difícil sem seu maior guerreiro, e mesmo Agamenon tentou fazer contatos com Aquiles, oferecendo-lhe riquezas de todos os tipos, justamente com a devolução de Briseida. Aquiles, entretanto, rejeitou todos os apelos, declarando mesmo que se as ofertas de Agamenon fossem "tantas como os grãos de areia ou as partículas de pó" nunca se curvaria.

Nesta ocasião, Ulisses e Diomedes empreenderam uma expedição noturna para espionar os troianos. Não sabendo disso, um troiano de nome Dolon estava tentando fazer a mesma coisa: os gregos o surpreenderam e o forçaram a contar as disposições do acampamento troiano. Seguindo sua orientação, terminaram sua expedição noturna com um ataque ao acampamento de Reso, rei da Trácia, em cujos belos cavalos escaparam de volta para o acampamento grego.

Apesar do sucesso desta temerária ação, o geral da luta os gregos estavam sendo empurrados de volta a seus navios pelos troianos e estavam ficando desesperados, quando o amigo de Aquiles, Pátroclo, veio até ele e rogou a permissão de liderar as tropas de Aquiles, os Mirmidões, em batalha. Pediu também se poderia emprestar a armadura de Aquiles, de modo a espalhar o terror nas linhas troianas, que poderiam tomá-lo por Aquiles. Aquiles concordou, e Pátroclo foi e lutou longa e gloriosamente, antes de, previsivelmente, ser morto por Heitor, filho de Príamo e o melhor guerreiro do lado troiano.

Aquiles foi tomado pela dor. Sua mãe, a ninfa do mar Tétis, veio até ele e prometeu-lhe uma nova armadura para substituir a que tinha sido perdida com Pátroclo. A nova armadura, feita pelo deus-ferreiro Hefesto, incluía um bonito escudo coberto com cenas figuradas, cidades em guerra e em paz, cenas da vida rural com rebanhos, pastores e danças rústicas, e ao redor da borda do escudo corria o Rio de Oceano. Aquiles e Agamenon se reconciliaram e Aquiles retornou ao campo de batalha, onde matou um troiano após outro com sua lança "como um vento impetuoso que revolve as chamas, quando um incêndio grassa nas ravinas das bases secas pelo sol das montanhas, e a grande floresta é consumida". Após ter matado muitos troianos e sobreviventes mesmo ao ataque do Rio Escamandro, o qual tentou afogá-lo nas suas grandes ondas, Aquiles estava finalmente pronto a enfrentar seu principal adversário, Heitor.

O restante dos troianos tinha fugido da matança de Aquiles e buscado refúgio atrás de suas muralhas, mas Heitor permaneceu fora dos portões, deliberadamente esperando pelo duelo que sabia ter que enfrentar. Mas quando Aquiles finalmente surgiu, Heitor foi tomado de compreensível terror e virou-se para fugir. Percorreram três voltas ao redor das muralhas de Tróia antes que Heitor parasse e destemidamente enfrentasse seu bravo oponente. A lança de Aquiles alojou-se na garganta de Heitor, caindo este ao chão. Mal podendo falar, Heitor pediu a Aquiles que permitisse que seu corpo fosse resgatado após sua morte, mas Aquiles, furioso com o homem que tinha morto Pátroclo, negou seu apelo e começou a sujeitar seu corpo a grandes indignidades. Primeiro o arrastou pelos calcanhares atrás de sua carruagem, ao redor das muralhas da cidade, para que toda Tróia pudesse ver. A seguir levou o corpo de volta ao acampamento grego, onde este ficou jogado sem cuidados em suas choupanas.

Aquiles preparou então um elaborado funeral para Pátroclo. Uma grande pira foi construída; sobre ela várias ovelhas e bois foram sacrificados e suas carcaças empilhadas ao lado do corpo do herói morto. Jarros de mel e óleo foram adicionados à pira, a seguir quatro cavalos e dois dos cachorros de Pátroclo. Doze prisioneiros troianos mortos sobre a pira, a qual então foi deixada acesa. Ardeu toda a noite, e durante toda a noite Aquiles colocou libações com vinho e pranteou Pátroclo bem alto. Nos dia seguinte os ossos de Pátroclo foram coletados e colocados numa urna dourada, e um grande monte foi erguido no local da pira. Jogos funerários com prêmios magníficos foram feitos, com competições entre carruagens, luta de boxe, pugilato, corridas, lutas armadas, arremesso do disco e tiros com arco e flecha. E todo o dia ao amanhecer, por doze dias. Aquiles arrastou o corpo de Heitor três vezes ao redor do monte, até que mesmo os deuses, que tinham previsto e arranjado tudo isso, ficaram chocados; Zeus enviou Íris, mensageiro dos deuses, para Tróia em visita a Príamo e o instruiu a ir secretamente ao acampamento troiano com um bom resgate, que Aquiles aceitaria em troca da libertação do corpo do filho de Príamo.

Assim Príamo, escoltado por um simples mensageiro, se dirigiu ao acampamento grego, sendo encontrado ao escurecer, quando se aproximava dos navios gregos, por Hermes disfarçado como um seguidor de Aquiles. Hermes guiou Príamo pelo acampamento grego, de modo que chegou sem ser percebido à tenda de Aquiles. Príamo entrou diretamente e jogou-se aos pés de Aquiles: ele pediu que o herói pensasse no seu próprio pai Peleu e tivesse mercê com um pai que tinha perdido tantos de seus bons filhos nas mãos dos gregos; pediu que fosse permitido levar o corpo de seu maior filho de volta a Tróia com ele, de modo que pudesse ser adequadamente pranteado e enterrado pelos seus parentes. Aquiles ficou tocado pelo apelo; choraram juntos, e o pedido de Príamo foi aceito. Assim, o corpo de Heitor foi devolvido a Tróia, onde foi velado e sepultado com os ritos adequados.

Aqui acaba a Ilíadamas não é de forma nenhuma o fim da estória de Tróia. O restante da estória é recontada parcialmente na Odisséia e em parte pelos dramaturgos, mas também por autores romanos posteriores, principalmente Cirílico na Emelia e por uma miscelânea de poetas como Quintus de Smirna. Após a morte de Heitor, uma grande número de aliados vieram auxiliar os troianos, incluindo as Amazonas com sua rainha, Pentesiléia, e os Etíopes liderados por Mêmnon, um filho de Éos, deusa da aurora. Tanto Pentesiléia como Mêmnon foram mortos por Aquiles. Mas Aquiles sempre soube que estava destinado a morrer em Tróia, longe de sua terra natal, onde acabou sendo morto por uma flecha, lançada pelo arco de Páris. A mãe de Aquiles, Tétis, quis tornar seu filho imortal, e, quando este era ainda um bebê, levou-o ao Mundo Inferior e o imergiu nas águas do rio Estige; isto tornou seu corpo imune aos ferimentos, exceto pelo calcanhar, o qual ela utilizou para segurá-lo, sendo lá que a flecha o acertou.


Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/troia.htm#ixzz1kNuhaNJi

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

ESTUDO DA LITERATURA (Aula 1)

A origem da LITERATURA se dá a partir da Mitologia Grega, como veremos, mais a frente nas histórias de Homero: Ilíada (mais conhecida como a Guerra de Tróia)










e Odisséia (as aventuras de Ulisses em suas viagens), vamos conhecer um pouco mais sobre a origem da nossa LITERATURA?
Abaixo, quando Ulisses é abordado pelas sereias em sua viagem.













Penélope (esposa de Ulisses à sua espera na ilha de Ítaca)













Mitologia Grega
Características da Mitologia Grega, principais mitos e lendas, deuses gregos, Minotauro, Medusa, Hércules, a influência da religião na vida política, econômica e social dos gregos.



Introdução (imagem: Olimpo)

Os gregos criaram vários mitos para poder passar mensagens para as pessoas e também com o objetivo de preservar a memória histórica de seu povo. Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos.

Portanto, para buscar um significado para os fatos políticos, econômicos e sociais, os gregos criaram uma série de histórias, de origem imaginativa, que eram transmitidas, principalmente, através da literatura oral.

Grande parte destas lendas e mitos chegou até os dias de hoje e são importantes fontes de informações para entendermos a história da civilização da Grécia Antiga. São histórias riquíssimas em dados psicológicos, econômicos, materiais, artísticos, políticos e culturais.

Entendendo a Mitologia Grega.

Os gregos antigos enxergavam vida em quase tudo que os cercavam, e buscavam explicações para tudo. A imaginação fértil deste povo criou personagens e figuras mitológicas das mais diversas. Heróis, deuses, ninfas, titãs e centauros habitavam o mundo material, influenciando em suas vidas. Bastava ler os sinais da natureza, para conseguir atingir seus objetivos. A pitonisa, espécie de sacerdotisa, era uma importante personagem neste contexto. Os gregos a consultavam em seus oráculos para saber sobre as coisas que estavam acontecendo e também sobre o futuro. Quase sempre, a pitonisa buscava explicações mitológicas para tais acontecimentos. Agradar uma divindade era condição fundamental para atingir bons resultados na vida material. Um trabalhador do comércio, por exemplo, deveria deixar o deus Hermes sempre satisfeito, para conseguir bons resultados em seu trabalho.

Os principais seres mitológicos da Grécia Antiga eram :






- Heróis : seres mortais, filhos de deuses com seres humanos. Exemplos : Herácles ou Hércules e Aquiles, os principais heróis da mitologia grega, poderes especiais, feitos heróicos, semi-deuses

Introdução

Na mitologia grega, os heróis (semi-deuses) eram personagem que estavam numa posição intermediária entre os homens e os deuses gregos. Possuíam poderes especiais superiores aos dos humanos (força, inteligência, velocidade), porém eram mortais. De acordo com a mitologia grega, os heróis eram filhos de deuses com seres humanos.

Conhecendo os heróis gregos

Os heróis aparecem em várias histórias mitológicas da Grécia Antiga. Utilizando suas capacidades especiais, são capazes de vencer monstros, combater vários guerreiros inimigos e atuar em missões que seriam impossíveis aos mortais. Por outro lado, os heróis apresentavam alguns defeitos humanos (psicológicos e corporais).

Principais hérois da mitologia grega e seus feitos:

Aquiles: um dos maiores guerreiros de Tróia:










- Aquiles: participou do cerco da cidade de Tróia, ajudando na vitória grega. Era um excelente guerreiro, com muitas qualidades nesta área. Seu ponto fraco era o calcanhar. Morreu ao ser atingido neste local, por uma flecha arremessada por Paris. Este evento ocorreu durante a Guerra de Tróia.


- Herácles (Hércules) - a força física era a principal qualidade deste herói. Suas façanhas estão presentes nas histórias sobre os Doze Trabalhos de Hércules. Derrotou monstros e cumpriu vários desafios que seriam impossíveis para os humanos. Era filho de Zeus e Alcmena.

- Teseu - venceu o Minotauro no labirinto de Creta.



- Agamenon - guerreiro valente e forte, foi o guerreiro comandante na Guerra de Tróia.




- Perseu - foi o herói que conseguiu decapitar a Medusa.









- Ajax: herói guerreiro que também atuou nas batalhas da Guerra de Tróia, carregando o corpo de Aquiles.








- Édipo: único a conseguir, com sua inteligência superior, decifrar o enigma da Esfinge. Tounou-se rei de Tebas.


- Cadmo: venceu o dragão que controlava a cidade de Tebas.
















- Sátiros : figura com corpo de homem, chifres e patas de bode.


















- Ninfas : seres femininos que habitavam os campos e bosques, levando alegria e felicidade.













- Centauros : corpo formado por uma metade de homem e outra de cavalo.










- Sereias : mulheres com metade do corpo de peixe, atraíam os marinheiros com seus cantos atraentes.









- Górgonas : mulheres, espécies de monstros, com cabelos de serpentes. Exemplo: Medusa
Medusa: mulher com serpentes na cabeça






O Minotauro


É um dos mitos mais conhecidos e já foi tema de filmes, desenhos animados, peças de teatro, jogos etc. Esse monstro tinha corpo de homem e cabeça de touro. Forte e feroz, habitava um labirinto na ilha de Creta. Alimentava-se de sete rapazes e sete moças gregas, que deveriam ser enviadas pelo rei Egeu ao Rei Minos, que os enviavam ao labirinto. Muitos gregos tentaram matar o minotauro, porém acabavam se perdendo no labirinto ou mortos pelo monstro.

Deuses gregos

De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo, principal montanha da Grécia Antiga. Deste local, comandavam o trabalho e as relações sociais e políticas dos seres humanos. Os deuses gregos eram imortais, porém possuíam características de seres humanos.

Ciúmes, inveja, traição e violência também eram características encontradas no Olimpo. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos com estes. Desta união entre deuses e mortais surgiam os heróis.

Conheça os principais deuses gregos :

Zeus - deus de todos os deuses, senhor do Céu.


Afrodite - deusa do amor, sexo e beleza.












Poseidon - deus dos mares




















Hades - deus das almas dos mortos, dos cemitérios e do subterrâneo.



Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.






Apolo - deus da luz e das obras de artes.







Ártemis - deusa da caça e da vida selvagem.





Ares - divindade da guerra.














Atena - deusa da sabedoria e da serenidade. Protetora da cidade de Atenas.







Chronos - deus da agricultura que também simbolizava o tempo.










Zéfiro- divindade do vento.












Hefesto - divindade do fogo e do trabalho.
























Fonte de pesquisa:
http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/herois_gregos.htm


Agora assista aos vídeos correspondentes:
ILÍADA
http://www.youtube.com/watch?v=FWCQi9dOclY&feature=related
ODISSÉIA
http://www.youtube.com/watch?v=uXyNuSIXf7M&feature=related

Tarefa: Elabore uma pesquisa mais a fundo sobre UM dos personagens citados, faça um resumo com imagem como ilustração em uma única folha de impressão e leve para a produção de um painel decorativo que será exposto na Unidade Escolar.